Federarroz aponta os Novos Caminhos da Orizicultura, em Santa Maria
Presidente da Federarroz, Renato Rocha, abre com sua palestra o 5º Seminário de Arroz Irrigado
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O presidente da Federarroz, Renato Rocha, fará a palestra de abertura do 5º Seminário de Arroz Irrigado – Uso Sustentável de Várzeas, na próxima terça-feira (29/5), às 9h, no Parque Hotel Morotin, em Santa Maria (RS). O evento é promovido pelo Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria, e presidido pelo professor Ênio Marchezan. O enfoque principal da palestra de Renato Rocha é os novos caminhos que o produtor de arroz, com a experiência agregada pelos anos de crise e a evolução tecnológica da lavoura, está aplicando para o desenvolvimento do setor e a consolidação da atividade.
Segundo ele, um dos temas abordados será a diversificação das culturas em várzea como alternativa de renda e redução dos prejuízos. “Nesta safra, com uma ou outra exceção, o arrozeiro colheu soja bem na várzea e, de uma maneira geral, a expectativa é de que a área com essa leguminosa cresça, seja pelo seu valor de mercado, seja pelo aporte de tecnologias que a viabilizam nos cultivos de terras baixas”, avalia. Segundo Rocha, a venda da soja é suficiente para que o produtor atenda compromissos financeiros iniciais e segure a produção e arroz para vender em momento de mercado mais favorável. “Enquanto o governo federal não tiver políticas que resolvam o problema dos excedentes de produção e, principalmente, de importação do Mercosul, seja com exportações ou pelo aumento do consumo interno, ou mesmo restrições às compras do Mercosul, caberá ao produtor de arroz controlar sua oferta e, por meio desta gestão, não aumentar área”, avisa.
Para Rocha, é vital que o produtor mantenha a gestão da propriedade sob severa vigilância, controle os custos, busque ganhar em produtividade e não realize investimentos que não gerem resultado de curto ou médio prazos. “Cautela e diversificação são as palavras de ordem neste momento”, avisa. Na diversificação, a soja é o principal foco. “Além do benefício financeiro, como uma commodity internacional altamente valorizada, ainda traz vantagens técnicas como o controle do arroz vermelho, de plantas daninhas e ainda agrega nutrientes que aumentam a produtividade do arroz”, lembra. Já quanto aos problemas estruturais e conjunturais da orizicultura, Renato Rocha considera que é vital que os produtores se organizem em suas associações, se filiem à Federarroz e deem o respaldo necessário às entidades para manterem seus pleitos junto aos governos ou segmentos inerentes ou com poder de decisão sobre os problemas em questão.
O dirigente arrozeiro também citará em sua palestra que a estabilidade de preços e produção passa por uma securitização das dívidas rurais, uma revisão da política agrícola e o estabelecimento de um seguro renda ao produtor, que cubra as perdas climáticas ou econômicas, quando estas acontecerem. “Com isso, o governo federal gastará muito menos do que investe apagando incêndios em crises de comercialização e custos de produção, sem que boa parte do dinheiro chegue ao arrozeiro, que deveria ser o destino”, argumenta. Ainda de acordo com Renato Rocha, os governos federal e estadual têm os meios necessários de regulamentação deste seguro e de tornar mais eficiente a liberação de crédito. “Hoje o desafio desta cadeia produtiva é controlar a produção, evitar os excedentes que chegam ao mercado interno, exportar e aumentar o consumo nacional de arroz”, alerta.
CLIMA
O presidente da Federarroz também abordará, na palestra, a preocupação do setor com a mais severa estiagem das últimas décadas que as regiões arrozeiras estão enfrentando. “Rios como o Jacuí estão em um nível tão baixo como nunca se viu e as barragens e açudes da região da Campanha estão secos. Mesmo com boas chuvas previstas para o semestre final deste ano, entendemos que há um sério risco de que os mananciais não se recomponham e que a área plantada de arroz para a próxima safra reduza novamente”, avalia Renato Rocha.